Até onde vai a taxa Selic?

Até onde vai a taxa Selic? Inflação deve levar juros a 15% ao ano em 2025 Preços em tendência de alta, consumo acima da capacidade produtiva e percepção de risco com as contas públicas devem contribuir para mais altas dos juros — que devem se manter altos por um bom período. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual nesta quarta-feira (19), como havia sinalizado em sua última reunião. Agora, a taxa Selic está em 14,25% ao ano, maior nível desde o governo Dilma Rousseff (PT). Este foi o quinto aumento consecutivo dos juros, em uma sequência de altas que começou em setembro do ano passado. E não deve ser o último: o BC indicou que poderá aumentar novamente a Selic na próxima reunião, marcada para os dias 6 e 7 de maio. Especialistas ouvidos pelo g1 também esperavam mais uma alta este ano, e o mercado projeta que a Selic deve encerrar 2025 próxima aos 15% ao ano, segundo o boletim Focus (relatório do BC que reúne as projeções de mais de 100 instituições financeiras). A principal razão para essa visão pessimista é a inflação brasileira, que encerrou 2024 com alta de 4,83%, acima da meta do BC, e deve fechar 2025 em um patamar ainda maior, segundo as projeções. O Focus aponta uma projeção de 5,66% para a inflação de 2025, enquanto a meta continua a mesma: de 3%, com intervalo de tolerância entre 1,50% e 4,50%. Até fevereiro, dado mais recente do IBGE, o IPCA acumula alta de 5,06% em 12 meses. Por que a inflação continua pressionada? O IPCA é composto por diversos grupos de bens e serviços. Para entender melhor o movimento inflacionário, é importante olhar para duas classes específicas: os preços monitorados e a inflação de serviços. Os preços monitorados, também chamados de administrados, são aqueles controlados parcial ou totalmente. É o caso da energia elétrica, alimentos, taxas de água e esgoto, combustíveis e tarifas de transporte público. Esses preços não seguem livremente a lei de oferta e demanda, mas são determinados pelo governo ou pelo mercado. Em fevereiro, por exemplo, os combustíveis tiveram uma inflação de 2,89%, principalmente devido ao aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no início do mês. No acumulado de 12 meses, a inflação geral dos preços monitorados registrou alta de 5,19%. Por serem preços que não seguem a oferta e demanda do consumidor nacional, “esses itens, que têm grande peso no índice, não podem ser controlados pela política de juros”, explica Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay. O que determina esses preços, então, são questões como o valor do dólar, que serve de referência para a importação de muitas commodities, o valor do petróleo no mercado internacional e fatores climáticos, que podem ajudar ou prejudicar produção de alimentos e geração de energia, por exemplo. Fatores como a cotação do dólar, que serve de referência para a importação de commodities, o preço do petróleo no mercado internacional, e fatores climáticos, que podem ajudar ou prejudicar a produção de alimentos e a geração de energia, são mais relevantes para esses itens. A inflação de serviços está na ponta oposta: sofre mais influência da lei de oferta e demanda. Assim, se o nível da demanda sobe demais, como tem acontecido, os preços tendem a subir. Essa é a inflação que mais aumenta a percepção de que “tudo está mais caro”, pontua Ariane, do PicPay. Além de representar cerca de 35% do IPCA, os serviços incluem “itens do dia a dia que não têm substitutos e que costumam pesar bastante no orçamento, como aluguel, mensalidades escolares, planos de saúde, transporte, lazer e alimentação fora de casa”. Fazenda eleva projeção da inflação para 4,9% em 2025 Com os preços desses serviços básicos e muito presentes na rotina da população pesando mais no orçamento, cresce a inflação por expectativa (ou inflação psicológica). Isso leva a um aumento no consumo recorrente na tentativa de buscar preços melhores antes de uma possível alta, contribuindo ainda mais para a inflação. Até fevereiro, a inflação de serviços acumulada em 12 meses foi de 5,32%, acima dos preços monitorados e da média do IPCA. No entanto, esse índice é ainda maior ao descontar os efeitos sazonais (como promoções após o Natal), de acordo com Alexandre Maluf, economista da XP. Nessa conta, a inflação anual de serviços gira em torno de 8%. Maluf explica que essa pressão inflacionária sobre os serviços tem três principais causas: Mercado de trabalho aquecido: A taxa de desemprego no Brasil está em um patamar historicamente baixo. Isso coloca mais dinheiro na mão da população, aumentando o consumo, mas também dificulta novas contratações e força as empresas a oferecerem salários maiores. Com menos mão-de-obra disponível e uma demanda forte, a capacidade produtiva do setor diminui — ou seja, não consegue ofertar o necessário para suprir a demanda por consumo. Inércia inflacionária: Alguns itens dentro do setor de serviços — como aluguéis, mensalidades escolares e de academias, por exemplo, que reajustam os preços uma vez por ano — demoram para repassar ao consumidor os aumentos de custos causados pela inflação passada. Isso provoca um reajuste inflacionário “atrasado”, que também afeta os preços. Custos de insumo e energia: Muitos serviços dependem de insumos — como restaurantes que utilizam alimentos e salões de beleza que consomem energia elétrica. Portanto, a alta dos preços administrados também influencia os reajustes nos valores dos serviços, especialmente em um momento de alta demanda de consumo. Por que o aumento de juros é necessário neste cenário? Para Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, a principal forma de reduzir a inflação é desaquecendo a demanda por meio do aumento dos juros. Quanto maior a taxa Selic, que serve de referência para todas as taxas aplicadas no Brasil, maiores também serão os juros cobrados em operações financeiras. Isso torna a tomada de crédito pela população mais cara, caso de financiamentos, empréstimos ou parcelamento de compras no cartão. A lógica é que, com o crédito mais caro, menos pessoas buscam alternativas para realizar compras de novos produtos ou consumir serviços. O freio começa pelas
Baixar preço de alimentos

Alckmin anuncia medidas para baixar preço de alimentos; tarifas de importação para carne, café, açúcar, milho e azeite serão zeradas Vice-presidente afirmou que as medidas vão entrar em vigor ‘em poucos dias’. Governo passou o dia em reuniões para tentar alternativas para a inflação dos alimentos, um dos principais problemas para a gestão Lula. Por Pedro Henrique Gomes, g1 — Brasília 06/03/2025 19h12 Atualizado há 7 horas O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou nesta quinta-feira (6) medidas para tentar baratear o preço de alimentos. Entre as medidas estão zerar a tarifa de importação para alguns alimentos, como carne, café, açúcar, milho e azeite de oliva. Alckmin afirmou que as medidas vão entrar em vigor “em poucos dias”. Segundo o vice-presidente, “o governo está abrindo mão de imposto em favor da redução de preço”. As medidas foram anunciadas após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros e empresários do setor de alimentos e abastecimento no Palácio do Planalto. A inflação dos alimentos é uma das principais preocupações do governo Lula no momento, porque tem um grande impacto em como a população enxerga a gestão. Segundo especialistas, esse é um dos fatores que contribuem para a crise de popularidade que o presidente enfrenta atualmente. Alckmin anuncia medidas para combater a inflação dos alimentos. — Foto: GloboNews Veja como ficam as tarifas de importação anunciadas por Alckmin: Carne Tarifa de importação atual: 10,8% Nova tarifa: 0% Café Tarifa de importação atual: 9% Nova tarifa: 0% Açúcar Tarifa de importação atual: 14% Nova tarifa: 0% Milho Tarifa de importação atual: 7,2% Nova tarifa: 0% Azeite Tarifa de importação atual: 9% Nova tarifa: 0% Óleo de girassol Tarifa de importação atual: até 9% Nova tarifa: 0% Sardinha Tarifa de importação atual: 32% Nova tarifa: 0% Biscoitos Tarifa de importação atual: 16,2% Nova tarifa: 0% Massas alimentícias (macarrão) Tarifa de importação atual: 14,4% Nova tarifa: 0% Impacto nos produtores nacionais Alckmin foi questionado sobre o impacto das medidas nos produtores nacionais, que vão ter que lidar com um produto mais barato vindo de fora. “Nós entendemos que não [vai prejudicar o produtor brasileiro]. Você tem períodos de preços mais altos, mais baixos. Nós estamos em um período em que reduzir o imposto ajuda a reduzir preços. Você está complementando”, disse Alckmin. “Não vai prejudicar o produtor, mas vai beneficiar os consumidores”, completou. O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse que esses alimentos que terão a alíquota zerada são importados em pouca quantidade pelo Brasil. Por isso, a isenção não deve gerar grande perda ao governo. “Vários desses produtos têm um nível de importação pequeno, exatamente porque eles têm uma tributação sobre a importação elevada. O objetivo dessas medidas é aumentar a competição, a competitividade e, portanto, reduzir preços internos”, afirmou. Ele ressaltou, no entanto, que as previsões de impacto financeiro, tanto para o governo quanto para os consumidores, ainda não estão concluídas. Segundo o secretário, porém “O impacto vai ser estimado a partir das notas técnicas que vão ser geradas, mas são medidas administrativas que, do ponto de vista da arrecadação, talvez não tenham impacto significativo, mas do ponto de vista do consumidor, certamente, nós veremos um impacto importante”, afirmou. Outras medidas Outras medidas anunciados pelo governo foram: 🔹 Aceleração do SISBI-POA O governo pretende ampliar o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA), que permite que produtos como leite, mel, ovos e carnes inspecionados em municípios e estados possam ser vendidos em todo o país. ➡️ A meta é passar de 1.550 registros para 3.000 no sistema, o que pode trazer mais competitividade e redução de custos no setor de proteína animal. Com a mudança no SISBI, os produtores de leite líquido, mel e ovos cadastrados nos sistemas municipais de inspeção poderão ser vendidos para todo o Brasil. Há possibilidade de que essa flexibilização também seja feita para outros produtos. “Qual o efeito? […] Por um ano, o sistema SIM terá equivalência ao sistema SISBI, para que a gente continue também ampliando isso e dando competitividade e oportunidade para os produtos da agricultura familiar brasileira”, afirmou o ministro Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária. 🔹 Fortalecimento dos estoques reguladores da Conab O governo quer reforçar os estoques públicos de alimentos básicos para ajudar a segurar a alta de preços em momentos críticos, garantindo oferta e estabilidade. 🔹 Plano Safra com foco na cesta básica Os financiamentos do Plano Safra devem priorizar a produção de itens que compõem a cesta básica, com mais estímulo para produtores rurais que abastecem o mercado interno. Reuniões ao longo do dia As medidas foram anunciadas após um dia de reuniões do governo para discutir o preço dos alimentos. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, adiantou pela manhã que Lula pretendia anunciar, ainda nesta quinta, medidas governamentais para enfrentar a inflação. Mais cedo, Alckmin e ministros do governo tiveram uma reunião sobre o tema, para debater as possíveis propostas. O presidente Lula participou de uma reunião à tarde com ministros e empresários. FONTE PORTAL G1 —————————————————————————————————- Informa: Central de Notícias do Nordeste Goiano – CNNG Oferecimento:
PIB: ano do menor desemprego

PIB no ano do menor desemprego: entenda os impactos de um resultado puxado pelo consumo Crescimento da economia gera emprego e estimula o consumo, mas a inflação preocupa. Para economistas, é necessário fazer ajuste fiscal e reformas para aumentar a produção. Por Júlia Nunes, g1 06/03/2025 03h00 Atualizado há uma hora Calçadão no Centro de Ribeirão Preto, SP — Foto: Érico Andrade/g1 Projeções do Monitor do PIB, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), indicam que economia brasileira cresceu cerca de 3,5% em 2024. O número oficial do PIB sai nesta sexta-feira (7), com a divulgação do IBGE. Se o resultado se confirmar, essa será a maior expansão da economia desde 2021, quando o aumento foi de 4,8%, após o tombo no ano anterior por causa da pandemia de Covid-19. Em paralelo a isso, a taxa média de desemprego (6,6%) em 2024 foi a menor desde que o IBGE começou a calcular esse índice, em 2012. O país bateu o recorde de pessoas ocupadas, com mais de 103,3 milhões na média do ano, e que juntas ganharam aproximadamente R$ 328,9 bilhões por mês na média anual, também a maior massa de rendimentos reais da série histórica. É claro que uma coisa tem tudo a ver com a outra: se a economia cresce, ela gera emprego. As pessoas empregadas ganham mais dinheiro e consomem mais, o que também ajuda a elevar o PIB. Em 2024, o consumo das famílias foi um grande responsável pela alta do indicador. A preocupação dos economistas, no entanto, é que a alta demanda continue a pressionar a inflação, se o Brasil não aumentar a produção na mesma medida. “A gente está com um crescimento positivo no curto prazo, mas não é sustentável ao longo do tempo. Seria bom se a gente pudesse enriquecer só consumindo, mas isso tem um limite”, diz Ulisses Ruiz de Gamboa, professor de economia do Insper. “O ideal seria aumentar o PIB pelo investimento, com máquinas, fábricas, pontes, estradas… Aí, aumentando a capacidade produtiva, se as famílias quiserem consumir mais, o país vai ter como atender”, pontua Hélio Zylberstajn, professor sênior da Faculdade de Economia da USP. Nesta reportagem, você vai entender a relação do mercado de trabalho com o desempenho do PIB em 2024, os impactos de um resultado puxado pelo consumo e o que é necessário para a economia brasileira crescer de forma mais sustentável, segundo especialistas. ⬆️ PIB = ⬆️ emprego = ⬆️ PIB Há duas formas principais de medir o PIB, que devem sempre chegar ao mesmo resultado: Pelo lado da oferta, que soma tudo o que foi produzido no país (agropecuária, indústria e serviços); e pela demanda, que reúne os gastos (consumo das famílias, gastos do governo, investimentos e importações/exportações). Ao analisar a oferta, a estimativa do Monitor do PIB é de que o setor de serviços teve a maior alta, de 3,9%. A indústria também cresceu (3,4%) e a agropecuária, apesar da queda (-2,5%), “produziu quase tanto que em 2023, que foi uma supersafra”, afirma Claudio Considera, coordenador do projeto no FGV Ibre. Tudo isso contribuiu para a geração de empregos. Em 2024, o país criou 1,69 milhão de postos com carteira assinada, segundo o Caged, um aumento de 16,5% em relação a 2023, após dois anos de desaceleração. Outras formas de trabalho também cresceram, mostra a PNAD Contínua, do IBGE. O Brasil ganhou mais empregados sem carteira assinada (+6%) e trabalhadores por conta própria (+1,9%). Entre outros efeitos, o mercado de trabalho aquecido é um cenário que estimula o aumento de salários. Mais confiantes, os trabalhadores têm maior possibilidade de pleitear postos melhores, e muitas empresas têm tido dificuldades para contratar. O rendimento real (descontada a inflação) das pessoas ocupadas no país cresceu 3,7% em 2024, chegando a R$ 3.225, na média anual. E, como tem mais gente trabalhando, a massa de rendimentos subiu ainda mais: 6,5%. Essa expansão, somada aos programas do governo de transferência de renda, como o Bolsa Família, impulsionou o consumo das famílias, que, por sua vez, puxou o resultado do PIB pelo lado da demanda. “As pessoas ficam mais em hotéis, querem jantar fora, almoçar fora, a demanda de turismo está muito grande”, exemplifica Considera. Não à toa, o mercado de franquias brasileiro superou a projeção inicial de faturamento em 2024 e cresceu 13,5%, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF). As franquias do segmento de entretenimento e lazer, inclusive, foram as que mais cresceram: 16,6%. O segundo lugar ficou com as lojas de saúde, beleza e bem-estar (16,5%) e, o terceiro, com alimentação (16,1%). “Este resultado está fortemente associado à recuperação do consumo, alavancado pela baixa histórica dos níveis de desemprego, pelo aumento da massa salarial e do poder de compra das famílias”, afirmou a associação. FONTE: PORTAL G1 DISPONÍVEL EM: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/03/06/pib-no-ano-do-menor-desemprego-entenda-os-impactos-de-um-resultado-puxado-pelo-consumo.ghtml —————————————————————————————————- Informa: Central de Notícias do Nordeste Goiano – CNNG Oferecimento:
Salário mínimo: valor médio

Quanto ganham os trabalhadores no Brasil? Média de SP é quase o dobro do que no Maranhão, diz IBGE Rendimento médio das pessoas ocupadas no país cresceu 3,7% em 2024, mas essa não é a realidade de todos os estados brasileiros. Maior salário é de trabalhadores do DF, por causa do setor público. Os trabalhadores brasileiros receberam, em média, cerca de R$ 3.225 por mês em 2024. Esse foi o rendimento real habitual de todos os trabalhos registrado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do IBGE. O valor é 3,7% maior do que o estimado em 2023. E, frente a 2012, quando o IBGE começou a calcular esses dados, houve um aumento de 10,1%. Esse avanço, porém, não é realidade em todos os estados brasileiros. No Amazonas e em Roraima, por exemplo, o rendimento dos trabalhadores diminuiu de 2023 para 2024. Nesses locais, os maiores valores da série foram registrados ainda no início da pesquisa. Os trabalhadores do Maranhão seguem ganhando menos do que em qualquer outro estado brasileiro, apesar do crescimento em 2024. O valor (R$ 2.049) é pouco mais da metade do registrado em São Paulo, que tem o segundo maior rendimento (R$ 3.907) do país, atrás apenas do Distrito Federal. 🔎 Todos os valores usados na reportagem são referentes ao rendimento médio real (descontada a inflação) recebido habitualmente pelas pessoas ocupadas por todos os trabalhos que elas tinham na semana de referência da pesquisa. Segundo o economista Rodolpho Tobler, do FGV IBRE, os baixos rendimentos registrados no Norte e Nordeste podem ser explicados, em parte, pelo grande número de trabalhos informais, que costumam ser associados a salários menores. Em 2024, sete estados brasileiros registraram taxas anuais de informalidade maiores que 50%: Pará, Piauí, Maranhão, Ceará, Amazonas, Bahia e Paraíba — todos do Norte e Nordeste. O alto rendimento no Distrito Federal, por sua vez, está relacionado ao trabalho no setor público. “É onde fica o governo federal, tem os ministérios, muitas estatais, com empregos associados a pessoas de maior escolaridade”, aponta o economista da FGV. Assim, apesar de importantes para o mapeamento do mercado de trabalho no Brasil, as médias nacionais de rendimento, desemprego e ocupação não refletem a realidade de todo o país. FONTE: PORTAL G1
Donald Trump: Etanol do Brasil

Quanto os Estados Unidos são importantes para o etanol brasileiro? Etanol anidro, utilizado na produção de tintas e solventes, deve ser mais afetado que o etanol hidratado, usado como combustível Por: Márcio Juliboni Os impactos das tarifas recíprocas ordenadas nesta quinta-feira, 13, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as exportações brasileiras de etanol de cana-de-açúcar serão distintas, conforme o tipo de produto considerado. O etanol anidro representa o principal item exportado pelo Brasil aos americanos. No mercado de anidro, os Estados Unidos são nosso principal cliente. No ano passado, as usinas verde-amarelas despacharam para lá 282,5 milhões de litros do produto. O volume corresponde a 47% do total de 600 milhões de litros de etanol anidro exportados pelo país no ano passado. Com um teor de água de apenas 0,5%, é considerado o etanol “puro”, com aplicações na produção de tintas e solventes, entre outras.
PIB pode crescer 2,3%

Agronegócio deve puxar a economia e fazer PIB crescer 2,3%, diz Fazenda Setor foi o único que manteve a expectativa de crescimento para este ano; indústria e serviços tiveram queda nas projeções POR: Victor Faverin Foto: Divulgação/Seagri A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE) apresentou, nesta quinta-feira (13), projeção de crescimento do Produto Interno Bruno (PIB) do país em 2025. A atividade econômica deverá ter alta de 2,3%. A estimativa anterior, em novembro, era de um crescimento de 2,5% do PIB. A queda poderia ser maior se não fosse a projeção de crescimento para as atividades agropecuárias, de 6%, levando em consideração os prognósticos da safra, dados preliminares de abate de bovinos para o quarto trimestre de 2024 e uma melhora da situação climática. Veja em primeira mão tudo sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no Google News! De acordo com o ministério, a redução da estimativa de 2,5% para 2,3% para o ano está baseada, principalmente, na elevação dos juros, na desaceleração da atividade econômica no quarto trimestre de 2024 e no cenário conjuntural externo. “A gente reduziu essa projeção, em parte, pesando o que a gente está vendo na política monetária. E, em parte, porque estamos vendo uma desaceleração mais acentuada da atividade agora no quarto trimestre de 2024. Então, no cenário de 2,3% estão incorporados esses dois elementos”, destacou a subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal. No entanto, ela ressalvou que o ministério incluiu nessa projeção do PIB a melhora nos resultados do setor agropecuário em razão das boas perspectivas para a safra de 2025. Desaceleração da indústria Por setor produtivo, a SPE espera uma desaceleração da indústria e dos serviços, parcialmente compensada pela aceleração da produção agropecuária. Para a indústria, a previsão de crescimento em 2025 foi revisada de 2,5% para 2,2% em razão da desaceleração projetada para a indústria de transformação e para a construção, apesar da recuperação da indústria extrativa, sobretudo, em função da entrada em operação de novas plataformas de petróleo. Para serviços, o ritmo de expansão projetado para 2025 pela secretaria caiu de 2,1% para 1,9%, principalmente como reflexo da desaceleração na criação de novos postos de trabalho e da redução no ritmo de concessões de crédito em função do patamar elevado dos juros. Para o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, ainda é cedo para projetar os impactos da política comercial implementada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no crescimento brasileiro de 2025. “É muito cedo para incorporar esse tema em qualquer cenário. Claro que você pode construir cenários alternativos e possíveis, mas nós temos ainda que entender melhor como isso vai ocorrer, em que prazo, quem vai ser mais afetado, quem não vai ser, isso ainda leva tempo para ter mais clareza sobre esse cenário. Então, hoje é muito difícil apontar possíveis impactos”, disse. De acordo com Mello, até o momento é possível apontar apenas impactos setoriais, mas não macroeconômicos. “Caso necessário, caso a gente enxergue que existe a necessidade de incorporação de algo no cenário macro, nós vamos incorporar no momento que nós tivermos essa convicção”, finalizou. FONTE: CANAR RURAL
Alimentos Brasil: alta preços

Estudo diz que preço dos alimentos cresceu por fatores internos do Brasil e sugere ajuda a pobres, mas com equilíbrio fiscal Segundo dados do IBGE, os alimentos ficaram 7,7% mais caros no ano passado com alta do dólar e fatores climáticos. Governo vem debatendo possíveis ações que possam contribuir com a queda no preço dos alimentos no país. FONTE: PORTAL G1 Por Alexandro Martello, g1 — Brasília FOTO DA CAPA: Alta do preço dos alimentos é considerado pro analistas um dos principais fatores por trás da queda recente de popularidade do governo Lula — Foto: Ricardo Stuckert/PR Estudo do Centro de Liderança Pública (CLP), uma organização suprapartidária que busca formas para enfrentar problemas urgentes do país, avalia que “fatores internos” desempenharam um papel muito mais relevante no aumento dos preços domésticos de alimentos no ano passado. E recomenda transferências diretas aos mais vulneráveis para combater os seus efeitos, mas sem comprometer o equilíbrio das contas públicas (veja mais abaixo nessa reportagem). Entre os fatores domésticos que impulsionaram para cima os preços dos alimentos estão a alta do dólar, que é fruto da ascensão do então candidato Donald Trump no cenário de sucessão à Casa Branca, nos Estados Unidos, e também incertezas sobre as contas públicas, além de fatores climáticos, como a chuva no Sul, depois a seca e as queimadas no segundo semestre. O dólar alto pressiona os alimentos porque os preços desses produtos é cotado em moeda norte-americana. Já os fatores climáticos adversos diminuem a oferta, encarecendo os produtos. Com a conjunção desses fatores, os alimentos ficaram 7,7% mais caros no ano passado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Somente no segundo semestre daquele ano [2024] o índice em dólares começou a registrar aumentos, mas em uma magnitude menor do que a observada em reais. Essa discrepância indica que os fatores internos desempenharam um papel muito mais relevante no aumento dos preços domésticos de alimentos, dado que o comportamento dos preços globais não justifica a aceleração vista no mercado brasileiro”, diz a CLP, no estudo. E acrescenta: “o fato de o índice de preços em reais ter ultrapassado significativamente o índice em dólares nos últimos meses reforça ainda mais tal hipótese”. Índice de Preços de produtos básicos — Foto: CLP, com dados do Banco Central Preços dos alimentos encabeçam subida e inflação foi de 4,83% em 2024 Transferências aos mais vulneráveis O estudo da CLP avaliou várias possibilidades de atenuar a alta dos preços dos alimentos para os mais pobres, e concluiu que a melhor forma, no curto prazo, é “fortalecer os instrumentos de proteção social por meio de transferências de renda, direcionadas especificamente aos grupos mais vulneráveis”. Mas acrescenta que isso deve ser feito com sustentabilidade fiscal, ou seja, sem prejudicar o bom desempenho das contas públicas, pois isso poderia pressionar mais o dólar (como aconteceu no fim do ano passado) e resultar em um “impacto significativo” sobre os preços dos alimentos. “A sustentabilidade fiscal desempenha um papel crucial na estabilidade da taxa de câmbio. Quando o governo apresenta um desempenho fiscal saudável, reduz-se o risco de insolvência e a necessidade de financiamento externo, fatores que contribuem para uma valorização do real. Por outro lado, déficits persistentes ampliam a percepção de risco, resultando em menor entrada de capitais e maior pressão cambial”, avaliou a CLP. Por isso, recomendou que o aumento do Bolsa Família tenha contrapartidas em outras áreas, como, por exemplo, a limitação dos supersalários do setor público. A CLP avalia ainda, no documento, que há um consenso crescente de que nenhum modelo isolado é suficiente para lidar com o problema de alta e volatilidade nos preços dos alimentos. E afirmou que é preciso “combinar políticas que assegurem a sinalização de mercado (permitindo que os preços reflitam a escassez ou abundância relativa dos produtos) com medidas de apoio aos mais pobres, sem ignorar a necessidade de reformas de médio e longo prazos que promovam maior competitividade e resiliência em todo o setor de alimentos”. Veja as alternativas para controlar preços de alimentos Controle Direto de Preços: segundo a CLP, o controle direto de preços, como o estabelecimento de tetos para os preços dos alimentos, é uma medida frequentemente adotada para conter aumentos rápidos e proteger consumidores no curto prazo. Diz que, no entanto, evidências sugerem que essas políticas são geralmente ineficazes a longo prazo, pois geram distorções de mercado, podendo gerar falta de produtos e um mercado paralelo. Subsídios Tributários: a entidade avalia que a redução de impostos sobre alimentos, como a eliminação de tarifas de importação ou do imposto sobre valor agregado (IVA), pode aliviar os custos para os consumidores, especialmente em momentos de alta nos preços internacionais. Mas avalia que essas políticas têm um “custo fiscal elevado e, muitas vezes, beneficiam grupos que não estão em situação de vulnerabilidade”. Controle de Estoques: a CLP observou que o gerenciamento estratégico de estoques públicos de alimentos, com o governo acumulando produtos durante abundância e liberando-os em cenários de escassez, é uma política amplamente defendida para lidar com a volatilidade dos preços. Mas ponderou que a eficácia da medida “depende da capacidade institucional de gerenciar estoques de forma transparente e eficiente”, e que uma “má gestão pode resultar em desperdícios ou liberação inadequada, exacerbando a volatilidade em vez de mitigá-la”. Políticas Comerciais: a entidade citou a redução de tarifas de importação ou proibição de exportações, este último fator sendo negativo pois pode desestimular a produção no longo prazo. “Para evitar esses impactos adversos, políticas comerciais devem ser calibradas com cuidado, buscando promover a integração ao mercado global enquanto oferecem suporte temporário aos consumidores mais afetados”. Transferências de Renda: para a CLP, as transferências diretas aos mais vulneráveis são amplamente consideradas uma das políticas mais eficazes para lidar com aumentos de preços de alimentos e citou o reajuste do Bolsa Família. Mas ponderou: “No entanto, essa política deve ser usada de modo a não maiores complicações fiscais para o Governo Federal, preferencialmente com contrapartidas em outras áreas, como supersalários do setor público”. Governo cogita reduzir imposto de importação de alguns alimentos para baixar preços, diz Rui
Financial Times

Financial Times Federal Reserve deve repelir os pedidos de Donald Trump por cortes profundos nas taxas Economistas alertam que a intromissão política na política monetária ‘muitas vezes pode ir muito mal’ O presidente do Fed, Jay Powell, terá que resistir à pressão da Casa Branca se quiser manter a confiança dos mercados e evitar desencadear uma nova onda de inflação Federal Reserve deve repelir os pedidos de Donald Trump por cortes profundos nas taxas de câmbio O Federal Reserve dos EUA está em rota de colisão com Donald Trump, dizem economistas, com o banco central definido para manter as taxas de juros inalteradas, apesar dos apelos do presidente para reduzir “muito” os custos dos empréstimos. A decisão do Fed na quarta-feira é a primeira após o retorno de Trump ao cargo, que foi marcado por uma enxurrada de ordens executivas enquanto o presidente dos EUA busca impor sua agenda a Washington. Analistas dizem que o presidente do Fed, Jay Powell, terá que resistir à pressão da Casa Branca se quiser manter a confiança dos mercados e evitar desencadear uma nova onda de inflação. “Quando os presidentes começam a se intrometer nas decisões de política monetária, muitas vezes pode ir muito mal”, disse Claudia Sahm, economista-chefe da New Century Advisors e ex-funcionária do Fed. “Cortar a taxa de juros quando a inflação ainda não voltou à meta pode criar mais inflação. Há uma razão pela qual o Fed é independente”, disse Sahm, acrescentando que espera que o banco central “cumpra seus objetivos”. Powell ajudou a conduzir a economia dos EUA para um pouso suave no ano passado, restringindo os aumentos de preços sem empurrar a economia para a recessão. Mas a inflação permanece acima da meta de 2 por cento do banco central, embora tenha diminuído o suficiente para que o Fed reduzisse as taxas de juros no ano passado em um ponto percentual, para uma faixa entre 4,25 e 4,5 por cento. Embora o mercado espere que o Fed mantenha as taxas na quarta-feira, Trump deixou claro que quer reduções muito mais rápidas. “Acho que conheço as taxas de juros muito melhor do que elas, e acho que as conheço certamente muito melhor do que aquele que está encarregado de tomar essa decisão”, disse o presidente na semana passada. “Eu gostaria de ver [as taxas de juros] caírem muito. ” Lawrence Summers, que atuou como secretário do Tesouro no governo do presidente Bill Clinton, argumentou que tais “intervenções públicas dos governos podem facilmente ser contraproducentes”. Ele acrescentou: “O Fed não vai ouvir”. Os bancos centrais de todo o mundo receberam controle total para definir as taxas de juros depois que uma onda de inflação durante as décadas de 1970 e 1980 se mostrou difícil de domar em um ambiente onde a interferência política na política monetária era abundante. Poucos líderes eleitos interferiram nas decisões dos definidores de taxas desde então, com exceções como o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, minando a confiança do mercado e alimentando as pressões sobre os preços. “Agora que Trump tem pedido taxas de juros mais baixas, se o Fed afrouxar a política monetária, isso criará a impressão de que eles cederam a ele e perderam sua independência”, disse Isabella Weber, economista da Universidade de Massachusetts Amherst. O banco central dos EUA já está pronto para cortar as taxas de juros de forma menos agressiva do que seu homólogo na zona do euro. A possibilidade de vários choques de preços atingirem a economia dos EUA – incluindo os instigados pelo próprio presidente – também pode atrasar os dois cortes que a maioria das autoridades do Fed e os mercados esperam este ano. Alguns acham que os planos do governo Trump para tarifas e cortes de impostos, bem como um possível aumento na atividade econômica e nos mercados, proibirão custos de empréstimos mais baixos nos EUA. “A menos que haja um colapso na exuberância do mercado financeiro, o que eu acho que é uma possibilidade real, meu palpite é que o Fed terá dificuldade em cortar tanto quanto espera”, disse Summers. O próprio banco central está ansioso para minimizar as tensões com a Casa Branca. Espera-se que Powell se esquive de perguntas sobre política e evite mencionar Trump pelo nome em sua coletiva de imprensa pós-reunião na quarta-feira. “Na transcrição da [coletiva de imprensa] de dezembro, o nome do presidente aparece uma vez no total. E isso porque um repórter o usou”, disse Vincent Reinhart, economista-chefe do BNY Investments e ex-funcionário do Fed. “Powell não quer falar sobre política.” Os economistas esperam que o chefe do Fed siga o roteiro do banco central, enfatizando que os definidores de taxas seguirão os dados, em vez de tentar antecipar o impacto das políticas de Trump. Alguns veem o perigo de que tal abordagem resulte no Fed subestimando as ameaças de reduzir a inflação para 2%, especialmente na orientação que dá. “Eles não podem agir antes de decisões políticas que são incertas. Portanto, eles não podem fornecer orientações satisfatórias sobre políticas “, disse Reinhart. Recomendado Economiados EUA A economia de Trump: inflação versus isolacionismo Apesar de suas exigências ao chefe do Fed, Trump indicou que não removeria Powell de seu cargo antes que seu mandato como presidente terminasse em maio de 2026. Powell sinalizou que lutaria contra nos tribunais se o presidente tentasse derrubá-lo. Alguns veem a pressão sobre o Fed como parte do trade-off para poder definir as taxas como suas autoridades acharem melhor. “O argumento mais persuasivo para explicar por que os políticos decidiram tornar os bancos centrais independentes é que eles queriam outra pessoa para culpar”, disse Reinhart. “Isso significa que o quid pro quo para ser independente está sendo criticado. E o presidente Powell aprecia isso”, acrescentou. “Um banqueiro central não será apreciado.” FONTE: Financial Times DISPONIVEL EM: www.ft.com/content/692aba10-5e1c-43ea-801a-e1d697aaef42
Celina Leão comemora FCDF

Celina Leão comemora FCDF A vice-governadora Celina Leão (PP) comemorou a decisão da Câmara dos Deputados que deixou de fora as mudanças no Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) na votação do corte de gastos. Ao Correio, Celina destacou que o relatório do deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), que substituiu o texto original enviado pelo governo federal, foi a escolha correta. A vice-governadora enfatizou ainda que a manutenção do FCDF, que continuará sendo reajustado pela Receita Corrente Líquida (RCL) da União, “preserva o futuro” do Distrito Federal. “Acho que o Distrito Federal, agora, pode respirar aliviado. Sempre digo que nós trabalhamos para as futuras gerações. Acredito muito nisso”, explicou. “Ele (Isnaldo) foi muito firme com o nosso Fundo Constitucional. Tenho certeza de que as futuras gerações do Distrito Federal vão reconhecer todo esse trabalho e agradecer também ao presidente Arthur Lira, ao líder Luizinho, do meu partido, e a todos os líderes”, comemorou. ➡️ Acesse o site do Correio para ler a reportagem completa 📸: Kayo Magalhães/CB/D.A Press
Entorno: Corte do FCDF

“Corte no Fundo Constitucional reflete diretamente no Entorno do DF”, afirma Caroline Fleury Hellen Lopes 18 dezembro 2024 às 12h50 Em entrevista exclusiva ao Jornal Opção Entorno, a titular da pasta aponta que a medida afeta áreas como saúde, segurança, educação e mobilidade, gerando impacto direto na vida dos moradores da região circundante ao Distrito Federal Caroline Fleury: “O fundo é utilizado para a saúde, segurança e educação; então o corte significa, na verdade, deixar de receber mais recursos para essas áreas”. Foto: Divulgação O Governo Federal está propondo uma alteração no cálculo do reajuste do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), uma medida que pode prejudicar diversos setores essenciais para a população do DF e Região Metropolitana do Entorno (RME). Essa mudança no cálculo, que visa alterar a forma de ajuste anual dos recursos, tem gerado preocupações sobre seus impactos financeiros e sociais. Ouvimos a secretária Caroline Fleury, que defende a manutenção do fundo usado para custear parte do serviço público responsável por atender, de forma integrada, às regiões do Entorno e do DF. Hellen Lopes – Como a senhora avalia os impactos do corte no Fundo Constitucional do DF para a Região Metropolitana do Entorno e o Distrito Federal? Caroline Fleury – Eu avalio com muita preocupação qualquer corte de gastos no Fundo Constitucional do Distrito Federal. Esse fundo foi criado justamente pela necessidade de auxiliar o DF, enquanto capital da República, a fazer principalmente a segurança. Nós estamos falando da capital que recebe todos os brasileiros, mas também é a porta de entrada para o mundo. Nós estamos falando de Congresso, de reuniões com presidentes de vários países, das embaixadas. Então, qualquer corte é muito negativo em termos de soberania, sendo que a capital precisa assegurar a soberania e a segurança para todos. Para a região do Entorno, tudo impacta, porque o que acontece em Brasília, reflete em toda a região e vice-versa. Portanto, nós temos que pensar como uma região integrada e não tem como a gente achar que, se está tirando do DF, não tem problema para a gente. Tem sim! Estamos falando de uma relação de parceria, de uma região integrada, onde as políticas públicas precisam ser desenvolvidas de modo conjunto. Não tem como tirar um recurso de um lado e não impactar negativamente no outro. Hellen Lopes – Se aprovada, a alteração no cálculo do FCDF pode ter implicações negativas em áreas essenciais, como saúde, segurança e educação. Isso reflete diretamente no Entorno? Caroline Fleury – O fundo é utilizado para a saúde, segurança e educação; então o corte significa, na verdade, deixar de receber mais recursos para essas áreas e cada vez recebendo menos. Então, não tem como realizar políticas públicas continuadas pensando neste recurso, porque, à medida que muda o cálculo do repasse, o governo sabe que vai ter um decréscimo e vai deixar de arrecadar muito. São implicações muito negativas e isso reflete diretamente no Entorno, porque a gente sabe que a segurança que o governador Ronaldo Caiado (UB) vem trabalhando de forma muito efetiva na região, se o mesmo não for feito aqui em Brasília, compromete o outro lado. Isso também serve para a saúde e educação, porque sabemos que o DF atende muitos pacientes do Entorno, assim como o Entorno atende os de Brasília. Hellen Lopes – Caso a proposta seja aprovada, mais de R$ 750 milhões vão deixar de ser repassados ao DF já no próximo ano. Essa perda de recursos pode afetar também, indiretamente, a ideia do consórcio tripartite, que colabora na resolução da questão da mobilidade urbana entre o Entorno e o DF? Caroline Fleury – O Fundo Constitucional pode ser utilizado para a saúde, segurança e educação. Logo, num primeiro momento, pode parecer que não tem impacto na questão do consórcio interfederativo voltado para a mobilidade. Porém, acontece que, se você não tiver esse fixo para utilizar nos seus gastos essenciais, nas suas políticas públicas planejadas, nessa política de longo prazo, você vai ter que tirar recurso de outra área para fazer essa complementação, porque as pessoas não vão poder deixar de ter saúde, segurança e educação. Então, necessariamente, você vai deixar de investir em outras áreas, como a mobilidade, que é nosso grande gargalo, uma vez que a medida causaria impacto de R$ 750 milhões ao orçamento do DF. Hellen Lopes – Como a senhora vê a movimentação do Governo de Goiás em favor do FCDF? Caroline Fleury – A movimentação do governo de Goiás é de ser 100% favorável ao fundo. As bancadas estão unidas e têm debatido juntas, assim como irão pressionar para que isso realmente não ocorra. A atuação de Goiás e do Distrito Federal é de parceria, ela visa melhorar os dois lados. A gente precisa conseguir ampliar os recursos federais para a Região Metropolitana do DF, pois é uma região que cresce muito mais que a média nacional, que a média do IBGE. Portanto, precisamos ter mais atenção com a metrópole, pois o corte no fundo vai impactar negativamente todos os municípios que têm essa relação com ela. Hellen Lopes – A senhora gostaria de fazer mais alguma consideração sobre a manutenção do Fundo Constitucional do DF? Caroline Fleury – O fundo foi criado em 2002 justamente para dar o suporte necessário para que Brasília pudesse abrigar o Governo Federal e ser a capital do país. A outra questão é que o fundo é usado no custeio da folha de pagamento de profissionais da segurança pública, além de outras aquisições, e também em investimentos em outras áreas. Logo, esse é um tripé básico para o desenvolvimento do Estado. É a segunda vez esse ano que isso vem à tona. Já foi rejeitado uma vez e volta agora numa proposta de corte de gastos. O fundo não pode ser visto como gasto, mas sim como um investimento em políticas públicas essenciais. Somos uma região integrada e o que é importante para Brasília, é importante para o Entorno.